terça-feira, 6 de agosto de 2013

SABEDORIA DO CHEFE SEATTLE

"Tudo quanto fere a Terra, fere também os filhos da terra." (Cacique Seattle, 1885) Carta do Cacique Seattle, da tribo Duwamish, do Estado de Washington, para o Presidente Franklin Pierce, dos Estados Unidos, em 1855, depois de o governo ter dado a entender que pretendia comprar o território da tribo. "O grande chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também de sua amizade e sua benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Porém, vamos pensar em tua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O grande chefe em Washington pode confiar no que o chefe Seattle diz, com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na alternação das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas - elas não empalidecem". Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é-nos estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água. Como podes então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre o nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias arenosas, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual a outro. Porque ele é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga, e depois de exauri-la, ele vai embora. Deixa para trás o túmulo dos seus pais, sem remorsos de consciência. Rouba a terra dos seus filhos. Nada respeita. Esquece a sepultura dos antepassados e o direito dos filhos. Sua ganância empobrecerá a terra e vai deixar atrás de si os desertos. A vista de suas cidades é um tormento para os olhos do homem vermelho. Mas talvez isso seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende. Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem um lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem da primavera ou o tinir das asas de insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é para mim uma afronta contra os ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo, à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho da água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho. Porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar - animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo ele é insensível ao seu cheiro. Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição. O homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser certo de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como o fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso do que um bisão que nós, os índios, matamos apenas para sustentar nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, os homens morreriam de solidão espiritual porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo está relacionado entre si. Tudo que fere a terra fere também os filhos da terra. Os nossos filhos viram seus pais serem humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio, e envenenam seu corpo com alimentos doces e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos nossos últimos dias - eles não são muitos. Mais algumas horas, até mesmo uns invernos, e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nesta terra ou que tem vagueado em pequenos bandos nos bosques, sobrará para chorar sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso. De uma coisa sabemos que o homem branco talvez venha um dia a descobrir: - O nosso Deus é o mesmo Deus! - Julgas, talvez, que o podes possuir da mesma maneira como desejas possuir a nossa terra. Mas não podes. Ele é Deus da humanidade inteira. E quer bem igualmente ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. E causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo seu Criador. O homem branco também vai desaparecer talvez mais depressa do que as outras raças. Continua poluindo tua própria cama, e hás de morrer uma noite, sufocado nos teus próprios dejetos! Depois de abatido o último bisonte e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, e quando as colinas escarpadas se encherem de mulheres a tagarelar - onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará o adeus à andorinha da torre e à caça, o fim da vida e o começo da luta para sobreviver. Talvez compreenderíamos se conhecêssemos com que sonha o homem branco, se soubéssemos quais as esperanças que transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais as visões do futuro que oferece às suas mentes para que possam formar os desejos para o dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos, temos de escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos, é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os últimos dias conforme desejamos. Depois do último homem ter partido e a sua lembrança não passar de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueças como era a terra quando dela tomaste posse. E com toda tua força, o teu poder, e todo o teu coração - conserva-a para teus filhos e ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."

sexta-feira, 29 de abril de 2011

“E ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE...COM PASSOS DE CORRIDA E SEM VONTADE...” ASSIM é...E TUDO ACONTECE AQUI!!!

Mais uma vez se confirma a teoria que Guajará é sim uma cidade sem Lei. Ops!...diga-se, sem justiça! Exemplo disso aconteceu ontem quando 2 pessoas acusadas pelo promotor, reiterado pelos fatos, depoimentos das vítimas e sua própria confissão, levaram os ilustres jurados a absolver um dos acusados que tinha confessado seu próprio crime.
Neste caso.... Ilustres Jurados..., o município de Guajará entende que somente um soco com pequenas escoriações (eu disse: pequenas escoriações) ou uma morte, como foi no caso do vereador Rob, é motivo de condenação. Sendo que uma furada (lesão perfuro-cortante, palavras da perícia) grande ou profunda que impossibilite a vítima de continuar exercendo seus movimentos e suas atividades do dia-a-dia, seja ela em que esfera for, não é motivo para condenação! Pois muito bem! Pelo que ficou explícito, em Guajará, hoje, é preferível dar uma facada que um murro! Ora! Condena-se a prisão por um murro e absolve-se por furar com faca duas pessoas, causando lesões muito graves! Vai entender esse mundo!!! Por isso diz-se, SEM JUSTIÇA! Ou pelo menos sem a VERDADEIRA JUSTIÇA.
Devo ressaltar aqui que o objetivo do promotor que representa a defensoria pública é analisar se os fatos e depoimentos são verdadeiros e constando isto, o promotor tem o direito, e o dever, de pedir a absolvição ou condenação dos acusados.
Como pudemos ver e ouvir ontem, ele fez exatamente isso. Já os nobres jurados, do alto de sua sabedoria, e o que é pior, representando o povo de Guajará, resolvem absolver 1 dos criminosos, réu confesso. Pelo visto, o que o presepeiro, pilantra e outras coisinhas mais... do advogado de defesa balbuciou surtiu efeito... Já que foi entendido e aceito pelos jurados que sua atitude foi extremamente em legítima defesa, sendo que o próprio promotor pediu a condenação baseado na verdadeira confissão do próprio acusado, nos fatos concretos e nos depoimentos que seriam suficientes para incriminá-los. Mas vocês senhores jurados “representante do povo” com a sabedoria e conhecimento e diante da própria confissão do acusado, resolvem absolver este indivíduo.
Agora eu pergunto: Os advogados foram bons demais? Ou existem mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia? Só sei que vocês não souberam discernir o verdadeiro, a quantidade e a qualidade dos fatos, depoimentos até a confissão do acusado, material suficiente para a condenação do assassino.
Como bem dizem nossos pais, SÓ SE LASCA QUEM MORRE! Mais ainda acredito naquela justiça que nunca falha, a justiça de Deus!!
Bem jurados o que nós Guajaraenses podemos pensar?!!!
Indignados,
Corrita com a colaboração de Leandro Rogério

sábado, 29 de janeiro de 2011

E quando se perde um grande amigo...

Caros amigos, desculpem por ter ficado sumido...Muita coisa aconteceu...O Flamengo agora é hexa rsrsrsrs.
Mais coisas ruins e tristes também aconteceram. Me refiro ao assassinato de meu grande e inestimável amigo ROB KLER.
Aqui disponibilizo algumas linhas que me pediram pra escrever e falar na missa de sétimo dia dele... Saudades amigo...


Boa noite a todos os presentes!
Quando se perde um amigo, vemos como não tínhamos tempo para o que importa.
Torna-se muito difícil este momento e o que aqui agora faremos, não pelo simples ato de falar, mais sim pela dificuldade que as palavras aqui a serem ditas, têm em sair da nossa boca.
Amigos, existem coisas que acontecem independentes de nossa vontade. Mas quando temos uma missão para realizar, devemos aceitá-la, pois faz parte dos desígnios de Deus.
O livro do Eclesiástico, capitulo 6, versículos 14 ao 16, afirma que: “Amigo fiel é proteção poderosa, e quem o encontrar, terá encontrado um tesouro. Amigo fiel não tem preço, e o seu valor é incalculável. Amigo fiel é remédio que cura, e os que temem ao Senhor o encontrarão”.
Durante trinta e quatro anos, fomos agraciados com uma presença importantíssima em nosso meio. E somos gratos por isso. Alguém que esteve conosco nas melhores e nas piores horas, nas realizações mais simples e nos grandes momentos da vida de cada um de seus amigos e familiares e até para alguns que apenas sofriam com as dificuldades da vida. Alguém a quem chamávamos Rob Kler.
Lembro-me que para nós, muitos dos quais aqui estão presentes, Maria Vieira, Idalécio, Amarílio, Natym, Carlinhos, seu irmão Samott, e eu, dentre muitos outros aos quais aqui deixo os agradecimentos, tudo começou nesta mesma Igreja lá pelo ano de 1993, ainda na Pastoral da Juventude. Lutas, vitórias, derrotas, quedas... Mais sempre juntos, sempre unidos e sempre na luta por um mundo mais justo.
Os caminhos foram se tornando cada vez mais árduos e difíceis, os desafios aumentaram, novos horizontes se abriram, outros vôos precisaram ser alçados e, com a ajuda da Irmã Lurdes sua contribuição passou a ser dada em favor, novamente dos menos favorecidos, desta vez na Comissão Pastoral da Terra, lá pelo ano de 1996.
Sempre com a dureza de quem traça objetivos para o bem comum, mais também com a serenidade de quem sempre soube que nunca se chega a nenhum lugar sozinho, fez-se reunir novamente os amigos inseparáveis para realizar um marco na história política de Guajará, fundou então o PT. Muitas lutas foram travadas, algumas batalhas perdidas, mas conseguiu chegar ao lugar onde ele achava que poderia começar a “mudar o mundo” e, no ano de 2004 foi eleito vereador. Dizendo ser o trem de ferro, brincadeira que para muitos se tornou motivo de chacota, porém todos os amigos sabiam de sua humanidade.
Humanidade esta que pôde ser comprovada desde esta época, e todos aqui devem conhecer, quando se tornou ainda mais defensor da causa dos menos favorecidos. Casas, remédios, canoas, motores, dias de serra, prisão, tiros, angústia, crise de identidade, duas disputas eleitorais depois e chegou o momento maior de contradição na vida do nosso amigo, utilizando palavras dele mesmo, O MOMENTO EM QUE A FILOSOFIA SE ENCONTRA COM A PRÁTICA, o momento em que começou a descobrir que nem sempre é tão fácil assim mudar o mundo.
E, quantas vezes dissemos a ele que para mudar o mundo seria necessário primeiramente mudar o homem, assim já dizia a parábola. Começou então sua última e talvez mais importante jornada, seu trabalho com jovens em situação de risco que moravam nas proximidades de sua residência, justamente numa das áreas mais pobres do município.
Vejam quão grande não foi nossa surpresa e nossa dor. Na madrugada do dia 01 de janeiro de 2011 todo esse sonho sofreu um duro golpe. Sua vida foi ceifada, tomada exatamente por quem mais ajudou a defender, o SER HUMANO, o HOMEM, seu semelhante.
O sonho parecia ter acabado! Mais gostaríamos de dizer:... AMIGO, onde quer que você esteja, saiba que nunca te esqueceremos e que seus sonhos, nossos sonhos continuarão conosco e nada, nem ninguém nesse mundo vai mudar o que sentimos por você AMIGO... SAIU DA VIDA PRA ENTRAR NA HISTÓRIA... Adeus, até logo, tchau...

sábado, 3 de abril de 2010

SÁBADO DE ALELUIA

E como hoje é Sábado de Aleluia, aqui vai uma breve estória sobre o ato, já tradicional, de roubar galinhas, patos, periquitos, papagaios, etc...

Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa um certo dia, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe:

"Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à qüinquagésima potência que o vulgo denomina nada." E o ladrão, confuso, diz:
"Dotô, eu levo ou deixo os pato?"

quarta-feira, 10 de março de 2010

BOA NOTÍCIA

Outro dia um amigo comentou um texto que escreví e me sugeriu criar um blog pra falar das coisas boas de Guajará. Resolvi então aproveitar este aqui mesmo!!
Vamos lá, então! Guajará tem o melhor Festival de Verão do vale do Juruá; tem povo hospitaleiro e tem crescido muito nestes últimos anos. Ah! e ainda tem, de tempos em tempos (principalmente em ano eleitoral como agora), um governador "bondoso" que distribui implementos agrícolas por aqui.
O interessante porém é que parece que aqui só moram agricultores e pescadores, nada contra essas duas classes de trabalhadores dignos, mais onde estão os incentivos aos estudantes, as bibliotecas, os laboratórios de informática, a qualificação de professores, o luz para todos...????
Porém o que mais tem causado burburinho na cidade é o Processo Seletivo da Prefeitura Municipal.
Pois é, depois de tanto tempo a Prefeitura resolveu fazer um processo seletivo, mesmo que provisório, mais ao menos já é um processo, ao menos ja se vai ter concorrência e não será só por QI(neste caso entenda-se "Quem Indica). Sinceramente espero que tudo corra bem, tanto pra prefeitura quanto pro nosso povo, calejado e desgastado!
Abraços a todos!!

quarta-feira, 3 de março de 2010

E ASSIM ACONTECE EM GUAJARÁ

Às vezes cheguei a ficar com raiva quando algumas pessoas chamavam Guajará de "Terra sem Lei", porém, de uns tempos pra cá passei a ouvir essa frase até com um certo ar de piada.
Sim, vamos aos fatos então! Antes não se tinha lei, hoje já tem lei demais.
Vejamos o exemplo: antigamente não de utilizava capacete, e eu como morador daqui, também não utilizava. Aconteceram alguns acidentes e eu concordei que este item é de fundamental importância pra se manter a integridade e a vida. Até aí tudo bem!
O problema é que de alguns tempos pra cá Guajará tem tido lei demais e, atentem para este fato, muitas delas nem escritas estão, ou nunca foram votas pelos veradores, nem pelos deputados, nem pelos senadores, muito menos sancionadas por prefeitos, governador e presidente.
O primeiro caso nos remete a aproximadamente 1 ano atras, quando começaram a proibir a livre escolha da diversão por parte do cidadãos, elaborando um calendário de festas para os clubes da cidade (Vejam só! Clube particular agora tinha que obedecer calendário de festa feito pela prefeitura!). O tempo passou e essa lei, assim como várias outras foi esquecida, graças a Deus!
O problema agora está por conta do trânsito. O uso do capacete foi adotado, até aí tudo bem! Mais fazer blitz, usando diarista da prefeitura que trabalha na segurança do município, para solicitar CNH e documentação de veículo, aí essa ja é demais.
Primeiro porque o cidadão que dirige é quem tem que dizer ao que está abordando onde está escrito a validade de sua CNH. Segundo porque em Guajará não existe órgão e nem autoridade de trânsito, nem municipal, nem estadual, então como os cidadãos vão proceder para documentar seus veículos e retirar CNH. Terceiro porque alguns dos policiais que participam das blitz não possuem habilitação. Aí está o interessante, quando apreendem um veículo, o policial, sem habilitação, conduz o mesmo até o pátio da delegacia. Não estaria este também infringindo o código de trânsito? Não deveria ele tambem ser abordado pelo fato de estar conduzindo um veículo que não é seu e ainda sem domentação e sem CNH? Ou só porque ele é policial pode?! Vai ver aqui pode tudo! (risos)! Ah! e ainda tem o mais interessante! Segundo o chefe da delegacia, se um condutor passar dez vezes em uma mesma blitz ele tem que ser abordado todas as dez vezes. Será possível que na segunda ou terceira vez a autoridade já não o estaria conhecendo? Ainda mais em Guajará, onde todos se conhecem!
E aí, agora é ou não é lei demais! Saimos de um extremo a outro!
Saimos de "Terra sem Lei" à "Terra do autoritarismo". E o delegado ainda disse em entrevista a um jornal de Cruzeiro do Sul (cuidado cruzeirenses, estão de olho em vocês!) que os causadores de problemas só vêm de Cruzeiro do Sul. E os menores que dirigem? e a turma da Pop100? Mais isso é assunto pra outro texto.
Até mais!!
(Se alguem quiser acompanhar a entrevista do delegado é só acessar o seguinte endereço: www.tribunadojurua.com

segunda-feira, 1 de março de 2010

E pra não falar só de coisa séria, para não parecer chato, aqui vai um texto interessante de um escritor chamado Arnaldo Jabor, uns o amam, outros o odeiam, eu particularmente to me lichando, mais o texto é muito interessante, vale a pena conferir...

Crônica do amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa! Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados!
Não funciona assim!
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.