quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

FIM DOS TERRORISTAS DO LIXO

Hoje, na faculdade, tivemos uma notícia de encher os ouvidos: finalmente a festa dos terroristas do lixo vai acabar em Guajará.
Segundo o secretário de Meio Ambiente do município, houve uma pressão por parte do executivo municipal para que atitudes sejam tomadas, no intuito de retirar as montanhas de lixo que se acumulam nas ruas. Outrora fazendo lembrar das ruas do devastado Haiti (perdoem a comparação).
Na entrada da rua que dá acesso a casa deste humilde cronista, existe quantidade tal de lixo que envergonha qualquer vivente. Ainda bem que a partir de agora vai mudar.
Não podemos esquecer porém do destino final dado as centenas de quilos de entulho jogado nas ruas diariamente.
Cuidem-se aqueles que jogam lixo nas ruas na surdina da noite e aqueles que abarrotam as ruas com galhos de árvores...Cuidado...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

HISTORIOGRAFIA DA HISTÓRIA

O estudo da História tem se mostrado imprescindível para o desenvolvimento da raça humana e tem sido base de importantes tomadas de decisão. Durante o processo histórico todos os fatos são de fundamental importância, desde o primeiro contato com o fogo, provavelmente sendo visto como um inimigo natural, até os acontecimentos mais recentes, como por exemplo, a queda do muro de Berlim.
No decorrer de todo esse processo, podemos considerar que um dos mais importantes eventos históricos se deu quando da derrubada do positivismo, que vinha a ser um período da história onde o sujeito era tido como neutro, ou seja, não era influenciado pelo meio e nem por nada ao seu redor, momento este onde os fatos só tinham validade se escritos oficialmente, como exemplo deste período temos as narrativas dos grandes feitos heróicos e dos generais. A partir de 1929 com o surgimento da Escola dos Anais, através de novas estratégias, novas propostas, novos métodos e atores sociais, o sujeito deixa de ser neutro e passa a sofrer forte influência do meio social ao qual está inserido, deu-se maior credibilidade as fontes históricas não oficiais como jornais livros didáticos e revistas, e os relatos passaram a ter maior verossimilhança com a realidade, deixando de ser apenas relatos odisséicos de grandes feitos heróicos e retratando os acontecimentos históricos de tal maneira onde todos os atores são importantes.
Durante centenas de milhares de anos a América, e por conseqüência o Brasil e a Amazônia foram desabitados. A partir de determinado período histórico fora iniciado um processo migratório, parte dele motivado pela busca por melhores condições de sobrevivência, deste processo migratório resultou a ocupação do nosso continente. Através de processos arqueológicos e da história oral, muito se tem descoberto ao longo dos anos sobre todo esse longo processo migratório e sobre suas fortes conseqüências até os dias de hoje. No tocante a ocupação no território onde hoje se localiza o Brasil, tem-se vestígios de seres humanos registrados há aproximadamente 11.000 anos, como é o caso do fóssil encontrado em Minas Gerais, e denominado Luzia. Sabe-se ainda, através destes mesmos relatos arqueológicos, orais e escritos, que a ocupação da Amazônia é bem mais antiga que a chegada dos conquistadores europeus. Contrariando todo o mundo desenvolvido daqueles idos dos séculos XV e XVI, aqui já existiam, viviam e conviviam povos com uma complexa grade social, capazes de se organizar em tarefas comuns e de realizar trabalhos complexos. Portanto a arqueologia e a história oral só vêm a confirmar e contribuir para que tais acontecimentos sejam inseridos nos documentos e relatos deste importante período da história.
A grosso modo podemos dizer que todo e qualquer processo histórico por si só já se torna excludente. Sempre existiram e sempre existirão “descobridores e descobertos”, conquistadores e conquistados, colonizadores e colonizados e o que resulta dessa relação nem sempre é bom. Tomemos com base as narrativas históricas que conhecemos sobre o nosso mundo. Durante o processo de primeiro contato entre as civilizações, a saber, a que aqui existia e a que veio da Europa, os nativos também produziram relatos, grande maioria deles orais, sobre suas “expectativas”, por assim dizer, seus medos, e sua admiração frente aos monstros de madeira que andava sobre as águas e frentes aos homens barbados vestidos com roupas estranhas e com armas que pareciam soltar pedacinhos do deus trovão. Porém todos esses relatos de nada adiantavam aos conquistadores europeus já que estes sempre buscaram tão somente riquezas e a exploração. Não obstante ainda encontra-se o fato de os relatos dos primeiros habitantes das terras de além mar não serem “oficias”, e, voltando ao abordado no segundo parágrafo deste escrito, como os escritos daquela época ainda eram voltados ao ser humano como sendo sujeito neutro, ai então mora a assertiva de que todo o material que conhecemos hoje, inclusive nos livros didáticos, sobre o processo de ocupação da América, do Brasil e, por conseguinte, da Amazônia, é retirado dos relatos europeus.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

PEDAGOGIA INTERCULTURAL INDÍGENA

UEA REINICIA AULAS DO CURSO DE PEDAGOGIA LICENCIATURA INTERCULTURAL INDÍGENA EM GUAJARÁ

Neste dia 11 de Janeiro de 2010, o município de Guajará teve a honra de recomeçar mais uma etapa do Curso de Pedagogia em Licenciatura Intercultural Indígena, que pretende ter como formação básica a Formação de Professores Indígenas e não indígenas, tem no exercício do magistério como campo teórico-investigativo que envolve a participação na organização da gestão dos sistemas educacionais englobando o planejamento de processos escolares, a gestão, a produção e a difusão de conhecimentos, assim como execução de ações pedagógicas específicas de cada uma das modalidades de magistério..
O perfil do profissional graduado se caracteriza pelas funções de:
Docentes para o exercício do magistério indígena da Educação Infantil (formação básica);
Docentes para o exercício do magistério indígena das séries iniciais (1ª a 5ª série) do Ensino Fundamental (formação básica);
Profissionais nas áreas de serviços e apoio às Escolas: com ênfase na Gestão Escolar Indígena e no acompanhamento do trabalho pedagógico, inclusos no currículo de graduação;
Profissionais que dominem outros campos educacionais que exijam conhecimentos pedagógicos aprofundados e diversificados, inclusos no currículo, como: Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, Educação Ambiental, Educação e Saúde Indígena, Educação e Desenvolvimento Sustentável e Tecnologias Educacionais.

A questão indígena se faz muito presente na sociedade nos dias de hoje. Torna-se cada vez mais importante e necessário a criação de ferramentas que estejam voltadas para o desenvolvimento de competências direcionadas ao trabalho com os vários povos e etnias indígenas.
O curso de Pedagogia Indígena vem, exatamente, formar os acadêmicos para que estes possam atuar de maneira incisiva nas comunidades indígenas, afim de construir ferramentas necessárias à obtenção de conhecimentos científicos de tal maneira que estejam sempre caminhando lado a lado com os conhecimentos milenares e tradicionais oriundos dos povos indígenas.
Não obstante à este fato, ainda encontramos a questão da dívida que o estado brasileiro tem com estes povos que sempre foram massacrados e dizimados em nome do tão sonhado progresso, desde os idos de 1.500, no século XVI, até os dias de hoje, quando muitos indígenas são discriminados e massacrados. Como exemplo mais absurdo e mais recente destas atrocidades podemos recordar o fato acontecido na capital federal, Brasília, quando jovens, investidtidos de todo o poder que a sociedade capitalista os proporciona, atearam fogo ao índio Galdino Pataxó, causando indignação ao país.
Diante disto somos levados a crer que cursos universitários como este se tornam cada vez mais importantes, não só em instituições do norte do país, como a UEA e a UFAC, mais em toda a gama de instituições de ensino que estão espalhadas por todo o território nacional.

Leandro Rogério
Tecnólogo em Adm. de Empresas
Acadêmico do Curso de Pedagogia Intercultural Indígena